Monday, 17 April 2017

DPU garante no CNIg autorização para 972 imigrantes permanecerem no Brasil

Brasília – Atendendo a pedidos da Defensoria Pública da União (DPU), o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) aprovou, nessa quarta-feira (15), a permanência de 972 senegaleses e ganeses no Brasil. Os imigrantes vivem em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e corriam o risco de ser enviados de volta a seus países de origem.
Os cidadãos de Gana e Senegal entraram no Brasil com pedido de refúgio baseado na Lei 9.474/97, o que permitiu a eles morar e trabalhar no país. No entanto, a real situação dos estrangeiros é a de migrantes econômicos, que não se enquadra nos critérios de concessão de refúgio. Para evitar irregularidade migratória, em um dos ofícios enviados ao CNIg a DPU solicitou que os imigrantes fossem enquadrados na Resolução nº 27 do Conselho, garantindo a autorização da permanência por um viés humanitário.
Para o defensor público federal Daniel Chiaretti, coordenador do Grupo de Trabalho Migrações e Refúgio da DPU e que atuou no caso em São Paulo (SP), a decisão favorável do CNIg “mostra, de um lado, uma maior sensibilidade dos órgãos públicos para a questão migratória em razão da compreensão da necessidade de documentar de forma definitiva imigrantes que já possuem uma situação consolidada no Brasil e, de outro, a importância da Defensoria Pública da União para articular pedidos desta magnitude”.
A atuação da DPU também envolveu as unidades de Criciúma (SC) e Porto Alegre (RS). Segundo o defensor público federal Alexandro Melo Corrêa, que representou os imigrantes em Santa Catarina, a decisão é positiva não só para os estrangeiros beneficiados, mas também para o Brasil. “Todos ficamos muito felizes com o resultado. Foi muito gratificante. Essas pessoas [imigrantes] já estão totalmente integradas à comunidade. Nada mais justo do que elas terem sua permanência deferida e obterem o reconhecimento pelo governo brasileiro. São trabalhadores, em sua maior parte, e, a exemplo de outras levas de imigração na história do país, eles também ajudam no crescimento da região, na quebra de preconceitos e acrescentam diversidade cultural. Eles têm associações constituídas, prestam ajuda entre si e a maioria já fala português. Há dificuldades, mas a DPU está sempre de portas abertas. A região de Criciúma tem um parque industrial consolidado, com oportunidade de trabalho, e casa de passagem, o que conta a favor da região como destino desses cidadãos”, afirmou.
Em Porto Alegre, a Defensoria Pública da União atuou junto com o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) em favor de cerca de 300 imigrantes senegaleses em favor de cerca de 300 imigrantes senegaleses. De acordo com a defensora regional de direitos humanos da DPU no Rio Grande do Sul, Ana Luisa Zago de Moraes, “o pedido visou à regularização dos migrantes que ingressaram no Brasil entre os anos de 2012 e 2013 e, portanto, estavam há anos somente com o protocolo do pedido de refúgio, gerando graves prejuízos, inclusive de acesso ao trabalho e às políticas públicas”. No documento enviado ao CNIg, a DPU contextualizou a situação do Senegal, que está na 170ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), umas das piores colocações. Argumentou, também, que, caso o pedido de refúgio fosse indeferido, os senegaleses ficariam em situação de extrema vulnerabilidade e sujeitos a medidas de retirada compulsória do Brasil.
A fim de receberem autorização para ficar no país, os ganeses e senegaleses deverão agora apresentar documentação completa ao CNIg, como comprovação de data de nascimento e passaporte válido. Depois disso, poderão registrar-se na Polícia Federal e requerer o documento de identidade de estrangeiro, que admitirá a permanência no Brasil por tempo indeterminado.
RRD/GGS/KNM
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
http://www.dpu.def.br/noticias-defensoria-publica-da-uniao/233-slideshow/35689-dpu-garante-no-cnig-autorizacao-para-972-imigrantes-permanecerem-no-brasil 

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