O Brasil atingiu em 2011 a marca de 90
milhões de processos judiciais em tramitação. Desse total, 26,2 milhões
foram casos novos levados aos tribunais por uma sociedade que se tem
mostrado altamente litigante. Para fazer frente a tamanha demanda, o
Poder Judiciário contabilizou despesa de R$ 50,4 bilhões – quase 90%
desse montante gastos com recursos humanos.
Os dados estão no
Relatório Justiça em Números 2012 (com dados de 2011), divulgado nesta
segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A oitava
edição do documento traz dados comparativos entre 90 tribunais
brasileiros, como orçamento; despesas com pessoal, bens e serviços;
investimentos em tecnologia da informação e produtividade da prestação
jurisdicional.
O relatório, disponível no site
do CNJ, mostra que o país conta com 17 mil magistrados, numa proporção
de 8,8 julgadores por 100 mil habitantes, abaixo da média europeia, mas
em sintonia com a realidade nas Américas, segundo o CNJ. A força de
trabalho soma 366 mil servidores – efetivos, requisitados e
comissionados –, terceirizados e estagiários.
Em 2011, o
Judiciário recebeu 26,2 milhões de novos casos e baixou 26 milhões. Ou
seja, concluiu o julgamento de praticamente a mesma quantidade de
processos que chegaram. Produtividade próxima de 100%. Contudo, há um
estoque de 63 milhões de ações, que estavam pendentes de julgamento
desde o início do ano. Isso corresponde a 71% dos processos e é a
chamada taxa de congestionamento. Sua redução é um grande desafio para o
Judiciário.
Números do STJ
O relatório
apresenta separadamente, e em detalhes, dados de todos os tribunais do
país, menos do Supremo Tribunal Federal. O Superior Tribunal de Justiça
(STJ) teve em 2011 despesa de R$ 895 milhões, o equivalente a 0,02% do
PIB. De todo esse montante, 90% são gastos com recursos humanos. São
2.958 servidores, 1.677 terceirizados e 609 estagiários.
Com 33
ministros, a maior corte nacional do país julgou 230 mil processos, com
uma média de quase sete mil processos por magistrado. Chegaram à Corte
no ano passado 295 mil novos casos e foram baixados 204,6 mil.
O
próprio CNJ alerta que não é possível fazer comparações entre os
tribunais superiores, devido às grandes diferenças entre eles, com
volume e natureza processuais completamente distintas.
Desafio
Preocupado
em aprimorar a cada ano seus indicadores, o CNJ traçou meta para o
próximo relatório: conhecer com clareza o tempo de duração do processo.
“Isto será possível com a criação de um indicador que mensure a
diferença entre a data de distribuição de um processo e a data de baixa,
e ainda possibilitará a criação de faixas de intervalo de tempo
processual, ou seja, dividir o quantitativo de processos de acordo com o
seu tempo de duração”, aponta o documento.
O relatório compõe o
Sistema de Estatística do Poder Judiciário (Siesj), coordenado pelo CNJ
e integrado pelo STJ, Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior do
Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral, tribunais de justiça, tribunais
regionais federais, eleitorais e do trabalho e os tribunais da Justiça
Militar.
No comments:
Post a Comment